Olho dentro de teus olhos e toda a verdade a mim se revela. E é a transparência dessa revelação a chave que abre todas as portas do mundo. Por vezes a névoa rasa que entre suas pálpebras se forma de lágrimas serve de lente para uma clarividência maior: toda verdade nada significa diante de tamanha beleza. Então comovido, numa comoção retida por entre os poros do espírito, busco o brilho de teus olhos em todo poço de luz do vasto platô do dia, por meio de livre associação relaciono dentre os mais banais acidentes cotidianos uma desculpa boba para trazer a tona a tua aparição...
Alerta, descubro você em tudo. A física do pensamento emoldurado pela janela atrai você aos raios do sol, por entre os carros que atravesso constantemente sem fôlego; nas tensões dos fios, nas curvas dramáticas das sombras das ramas, passeio meu pensamentos pelo fundo do céu, desço às pedras que se forçam em meus pés, e a cada sobressalto de compreensão imediata, de algum movimento desvendado da realidade, sublimação, volta num flash teus olhos, sempre o brilho deles, como símbolo nítido de algum milagre... Frente a ele toda a verdade vale o que uma mentira vale... não mais do que uma mentira vale...
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
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Ler algo teu, escrito com sangue, sempre me comove e preenche minha alma num misto de orgulho e admiração. Fica à flor da pele a vontade de trocar leituras, risadas e lembranças. Ler algo teu me faz deter todas as obrigações para me sentir um pouco mais perto. Que maneira bonita de pensar a lembrança. Obrigada, mami.
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