Uma nuvem escura esconde de Montevidéu os bichos úmidos de uma esperança, à espera de um sol mais amarelo, talvez para lavar a bandeira de verdes que não tem, e reverter inversões exatas à flâmula norte americana, as cores desbotam nos pátios pátrios e é um mar de magoa o choro no peito do menino...
Nas ruas músicas deslizam seus acordos nas lajotas finas e quebradas, raízes de potências sumárias arrebentam o cimento para erguer além do céu ramos de verdades, que os têm, sob o firmamento celeste que demorando sobre enamorados uma ternura viva, deixa fundir as alianças, firmando um pacto de mãos dadas.
E é assim que me perseguem as duas amigas antigas de minha infância: imagens e lembranças. De naturezas dispares cada qual com a dor própria o e riso desmedido... sou de mim meu maior aliado, fui de mim meu grande inimigo, mas serei até o fim a finitude de minha sombra e senhor só de minha solidão.
Por isso quando passo, passo a passo os dias nublados, as músicas que emocionam, sob árvores, cheiros, arrepios conhecidos, no mármore alto que a memória esculpiu, no choro vazio de menino, pelas estrelas nas mantas vazadas, uma lua sem destino, fecho forte os olhos e sorrio, um minuto... e serão de novo todas as lembranças no peito guardadas, como o contínuo mar, de repuxo infinito...
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Ao abrir a foto
Eu achava simples abrir a foto e descobrir tudo o que mudou de nosso pensamento. Como a liberdade que, concentrava as melodias de nosso olhar, eram vertidas, secretamente, na rítmica moribunda de nosso cotidiano...
(Cuesta creer que los deseos, trampas armadas hacia el próximo paso, hayan sido justamente plantadas por el ocaso de nuestro albedrío… que a cada paso al destino multiplica en segundos las partículas tomadas por fugases decisiones… he decidido marchar por el sendero un día más, como si fuera posible, aun solo, llegar por fin, a un día más…)
É… não é nada simples defrontar, utilizando as lentes cristalizadas pela idade, o brilho vertical, o feixe de luz de nossos olhos que fende as dimensões, as paisagens imobilizadas pelo nosso olhar contemplativo que me contempla enquanto eu contemplo a foto... tardes distantes... e feito espírito de cadáver que desespera ao se deparar com a finitude do próprio corpo, assim chorei quando a nossa foto abri, e muito longe percebi, que nesse ato havia tramado, uma vez, entre tantas mais, o nosso fim...
(Cuesta creer que los deseos, trampas armadas hacia el próximo paso, hayan sido justamente plantadas por el ocaso de nuestro albedrío… que a cada paso al destino multiplica en segundos las partículas tomadas por fugases decisiones… he decidido marchar por el sendero un día más, como si fuera posible, aun solo, llegar por fin, a un día más…)
É… não é nada simples defrontar, utilizando as lentes cristalizadas pela idade, o brilho vertical, o feixe de luz de nossos olhos que fende as dimensões, as paisagens imobilizadas pelo nosso olhar contemplativo que me contempla enquanto eu contemplo a foto... tardes distantes... e feito espírito de cadáver que desespera ao se deparar com a finitude do próprio corpo, assim chorei quando a nossa foto abri, e muito longe percebi, que nesse ato havia tramado, uma vez, entre tantas mais, o nosso fim...
Assinar:
Comentários (Atom)

